Por Cristiano França
(Instagram: cfeleito)
“Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos!” (Romanos 11:33)
Em nosso Ministério sempre deixamos bem claro aos irmãos que nos acompanham a forma como nós encaramos o Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo, a saber: para nós a Palavra de Deus é, literalmente, uma ciência. E acho bom explicarmos mais profundamente este conceito. O termo ciência na Bíblia é quase sempre apresentado para se referir a conhecimento. Tendo esta definição em mente alguém pode concluir que encarar o Evangelho como ciência seja algo redundante e, por isso, óbvio. Contudo, quando afirmo que o Evangelho para mim é uma ciência estou me referindo à definição clássica do conceito ― que é a busca sistemática pela informação através da pesquisa e observação de maneira metódica e racional.
A maioria das denominações tem suas doutrinas como dogmas. Isto se opõe totalmente ao que Deus quer de Seu povo em relação ao conhecimento que Ele tem para nos dar:
“O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; (…) Então conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor.” (Oséias 4:6 e 6:3)
O que você acabou de ler no livro profético de Oséias nada mais é do que a definição de ciência que citei no início do texto: prosseguir em busca de mais conhecimento. O dogma não permite isso, pois este é apresentado como algo inerrante que, portanto, não pode ser discutido. Um grande exemplo disto pode ser observado na Igreja Católica Apostólica Romana. Tudo que os hermeneutas do sistema Católico e, em última instância, o Papa estabelecem como doutrina não pode, em hipótese alguma, ser discutido pelos membros de sua denominação. Infelizmente, esta postura pode ser observada também no meio dos que se dizem protestantes ou evangélicos. Assim, o que as convenções de suas denominações decretam como “doutrina” não pode ser pleiteado; é o que foi definido e ponto final ― mesmo que esteja totalmente em oposição ao Evangelho (e quase sempre está, como sabemos).
O processo dogmatizador da Mensagem de Cristo no meio do sistema religioso, tanto Católico quanto evangélico, é algo esperado. A meu ver, o problema maior está no fato de ministérios que se intitulam como defensores do Evangelho da Graça estabelecerem “dogmas em Graça”. Vou exemplificar: há uma denominação com sede aqui no Brasil que diz pregar a Graça, mas ainda pratica o que chamam de “Ceia do Senhor” (ou “Santa Ceia”) e recolhe os dízimos das pessoas. É sabido que já chegou até eles (ao menos à liderança) o conhecimento de que tais práticas não possuem respaldo bíblico na Nova Aliança. No entanto, tal denominação “em Graça” não abre mão de tais heresias (entre outras, tais como: falar em “línguas” no estilo pentecostal, cair no poder de Deus etc.), porque estas se tornaram dogmas.
Quando a postura ministerial é científica a chance de estarmos mais próximos da verdade de Deus é muito maior, pois estamos sempre aptos a crescer em conhecimento. Vou dar um exemplo do que já ocorreu conosco: bem no comecinho de nossa caminhada ministerial nós admitíamos o recolhimento de “dízimos em Graça”. No entanto, quando, através de minha postura científica, encontrei o conhecimento de que o Dízimo não tinha relação com o Novo Pacto e a Igreja, especialmente na forma como ele é recolhido e ensinado pelo sistema religioso, imediatamente passamos a combatê-lo.
Não temos problema algum em reconhecer algum eventual erro doutrinal, pois isto faz parte do crescimento e da postura de cientistas que levam a sério o que estudam e querem o melhor para todos os que recebem seus ensinamentos. Assim, cumprimos o que o profeta, ainda no Antigo Pacto, recomendou: estamos prosseguindo em conhecer o Senhor através da Ciência de Sua maravilhosa Palavra.
“Até que todos cheguemos à unidade da fé e ao pleno conhecimento do Filho de Deus, ao estado de homem feito, à medida da estatura da plenitude de Cristo; para que não mais sejamos meninos, inconstantes, levados ao redor por todo vento de doutrina…” (Efésios 4:13-14)
DEUS JÁ NOS ABENÇOOU!