Por Cristiano França
(Instagram: cfeleito)
“E disse-me: a Minha Graça te basta, porque o Meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo.” (2ª Coríntios 12:9)
Devido aos conceitos que o sistema religioso impõe na mente do povo de Deus, as pessoas envolvidas nos diversos segmentos que se denominam “cristãos” não conseguem entender o poder da Graça de Deus em nossas vidas.
Um exemplo clássico que se pode observar a respeito da ignorância das pessoas em relação à Graça é o fato de que em todas as denominações, mesmo as menos rigorosas, é apregoada a ideia de Salvação através de méritos humanos. Muitas até falam da Graça de Deus e da Salvação por meio dela (Efésios 2:8-9), mas, ainda que de maneira velada, sempre fazem o povo crer que é preciso “fazer a nossa parte” para alcançarmos a Salvação eterna ou para que nos mantenhamos salvos.
Aqueles que entendem e estão submetidos genuinamente à Palavra da Graça do Eterno sabem que não há qualquer mérito do ser humano nas conquistas espirituais. Em outras palavras, toda a nossa posição espiritual e as conquistas deste âmbito de nossa existência dependeram exclusivamente de Jesus e de Sua amorosa Graça. Se somos salvos (e somos!), é pela Graça; somos abençoados, mais do que vencedores, predestinados, ungidos, amados por Deus, chamados a reinar em vida, templo do Espírito Santo, entre muitos outros benefícios: tudo é exclusivamente pela Graça de Deus. O apóstolo Paulo não deixa dúvidas a respeito da fonte de sua posição:
“Mas pela Graça de Deus sou o que sou…” (1ª Coríntios 15:10)
Quando, assim como Paulo, entendemos que tudo que somos diante de Deus é por meio da Graça, significa que já alcançamos a maturidade necessária para dependermos totalmente do Senhor. Geralmente, quando se fala em dependência, as pessoas pensam em algo negativo. Afinal, ninguém deseja ser dependente de outrem. No entanto, quando a ideia é ser dependente de Deus isto se torna algo totalmente positivo, pois é para este caminho que a Palavra do Evangelho nos direciona.
O apóstolo Paulo entendia ― assim como todos que já tiveram seus olhos iluminados pela Graça ― que ele dependia totalmente de Deus para todo o andamento de sua vida. Quando alcançamos este nível de amadurecimento espiritual fica fácil entendermos que o Poder de Deus em nossas vidas entra em ação por meio de nossas fraquezas. Isto pode parecer contraditório, mas não é. Ao contrário: tem que ser assim! Afinal, quando buscamos conquistas espirituais através de nossas obras, a saber: por meio de jejuns e outros sacrifícios corporais, santificações religiosas, cerimônias diversas etc., estamos pondo a nossa dependência em nós mesmos, isto é, em nossos supostos méritos e não na Graça de Deus. Note que em 2ª Coríntios 12:9 foi o próprio Deus quem falou diretamente a Paulo a respeito da atuação do Seu poder na vida do apóstolo: “O Meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”.
Deus estava dizendo (em outras palavras): “Paulo, você depende de Mim. Quando você se vê fraco, é aí que Eu atuo em sua vida”. Não por acaso, o apóstolo se refere no contexto:
“Por isso sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte.” (2ª Coríntios 12:10)
Quando nos achamos fortes por nossos méritos (o que é fruto de pura arrogância), o poder de Deus não atua em nós. Por outro lado, quando entendemos que somos totalmente fracos em nós mesmos e, por isso, dependentes do Eterno, o Seu poder atua e é glorificado em nossas vidas.