Por Cristiano França
(Instagram: @cfeleito)
“Mas faço-vos saber, irmãos, que o Evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens. Porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo.” (Gálatas 1:11 e 12)
Quem já vive em sua vida a Palavra da Graça sabe que o bom entendimento do Evangelho exige que separemos a mensagem de Paulo de todo o conteúdo restante da Bíblia. Por causa desta visão da Palavra, inclusive, muitas vezes fomos acusados de “adoradores de Paulo”, “anticristos”, entre outras bobagens.
É evidente que não adoramos a Paulo, muito menos somos “anticristos”. O próprio apóstolo dos gentios chama a atenção dos coríntios, pois parte daquela congregação se considerava pertencente a ele:
“…foi Paulo crucificado por vós?…” (1ª Coríntios 1:13)
Nós, diferentemente dos coríntios, temos plena consciência de que não pertencemos a Paulo. Ele não morreu por nós, não aniquilou o pecado, não é nosso “santo protetor” ou outras coisas heréticas semelhantes a estas. Nós sabemos que pertencemos AO OUTRO, isto é, ao Cristo Ressuscitado! E foi o próprio Paulo quem nos deixou este ensinamento:
“Assim também vós, meus irmãos, fostes mortos quanto à lei mediante o corpo de Cristo, para pertencerdes a Outro, a saber, Àquele que ressuscitou dentre os mortos a fim de que frutifiquemos para Deus.” (Romanos 7:4)
Há alguns anos, certo “pastor” disse que nós, por pregarmos a Palavra baseados na mensagem de Paulo, ensinamos a abolir “todos os ensinos de Jesus”. Conheço também outro líder religioso (que outrora disse defender o Evangelho da Graça) que afirmou que não prega mais a mensagem paulina, pois “prefere Jesus a Paulo”. Ambos os pensamentos são absurdos e explicarei o porquê: a primeira afirmação não faz sentido, pois quem nos acompanha sabe que valorizamos os ensinos de Jesus que constam nos livros históricos, desde que estes estejam devidamente em linha com a mensagem do Novo Pacto. Já pregamos diversas vezes sobre os ensinos de Jesus de Nazaré e aprendemos a distinguir as doutrinas do Nazareno que podem ser assimiladas por nós e as que são apenas para os judeus naquele momento — quando ainda estavam debaixo da Lei. Dizer também que não prega a mensagem de Paulo, pois “prefere Jesus de Nazaré” é, na verdade, uma total falta de argumentos para a regressão ministerial às obras da Lei, pois não é Paulo quem anula muitos dos ensinos do Nazareno; na verdade, é o próprio Jesus quem anula os ensinos de Jesus. O raciocínio ficou confuso? Vamos esclarecer.
Não é Paulo quem anula Jesus de Nazaré. É o próprio Jesus (Ressuscitado) quem invalida muitos de Seus ensinos ministrados nos dias de Sua carne. Não podemos nos esquecer de que a revelação que Paulo ministrava foi entregue a ele por Jesus Cristo Ressuscitado (leia novamente o versículo inicial deste texto antes de continuar). Neste caso, os ensinos de Jesus de Nazaré específicos para os judeus que estavam debaixo da Lei se tornaram ultrapassados e, consequentemente, superados por tudo que Jesus mesmo ensinou a Paulo. Em outras palavras, os ensinos sobre a Graça que o apóstolo nos deixou são os ensinos de Jesus, na verdade.
Em suma: não existe esta ideia de “Paulo contra Jesus”. O correto é Jesus Ressuscitado contra Jesus de Nazaré. E nós que vivemos neste período pós-cruz devemos pertencer ao Ressurreto, seguir a Sua revelação (o Evangelho da Graça) e reter apenas o que é bom de tudo que o Nazareno ensinou aos hebreus durante Seu ministério terreno.
SOMOS ABENÇOADOS!