Por Cristiano França
(Instagram: cfeleito)
“Aos quais é preciso tapar a boca; homens que transtornam casas inteiras ensinando o que não convém, por torpe ganância.” (Tito 1:11)
Logo nas primeiras linhas da carta de Paulo a Tito podemos notar claramente a sua preocupação com o avanço dos homens fraudulentos sobre a Igreja de Cristo naquela época. Infelizmente, a realidade enfrentada por Paulo, Tito e os demais defensores do Evangelho da Graça daquele período ainda se faz presente em nossos tempos. E a nossa batalha atual, provavelmente, é ainda maior em termos de volume.
Muitas vezes já fui acusado de “radicalizar demais” contra o sistema. Alguns já me disseram algo como: “Cristiano, nem todos que não pregam a Graça são fraudulentos. É preciso ter mais paciência e pegar mais leve com as outras denominações”. Antes de prosseguir, já deixo claro que este raciocínio conciliador em relação ao sistema deve ser abominado por nós, pois o mesmo é totalmente antibíblico e vou explicar o motivo.
Como imitadores de Paulo que somos (1ª Coríntios 4:16) não podemos “pegar leve” com quem não está em linha com a Verdade da Palavra. Vejamos alguns motivos:
“Acautelai-vos dos cães; acautelai-vos dos maus obreiros; acautelai-vos da circuncisão.” (Filipenses 3:2)
“Pois os tais são falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, disfarçando-se em apóstolos de Cristo.” (2ª Coríntios 11:13)
“Aqueles que pareciam ser alguma coisa (…), nada me acrescentaram (…) Quando Pedro veio a Antioquia, resisti-lhe na cara, porque era repreensível.” (Gálatas 2:6 e 11)
Será que Paulo “pegava leve” com os homens do sistema religioso de sua época? Pelo que pudemos constatar nas passagens bíblicas acima, é evidente que não. E podemos ir mais longe ainda:
“Raça de víboras! Como podeis vós falar coisas boas, sendo maus?…” (Mateus 12:34)
“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas por dentro estão cheios de ossos e de toda imundícia.” (Mateus 23:27)
“E Jesus subiu a Jerusalém e achou no templo os que vendiam (…) E tendo feito um açoite de cordéis, expulsou a todos do templo (…) e derribou as mesas; e disse (…) não façais da casa de meu Pai casa de venda.” (João 2:13-16)
Como podemos ver, nem mesmo Jesus “pegou leve” com o sistema de Sua época.
Não quero aqui apregoar o ódio ou uma “guerra santa”. Nem mesmo quero levar para o lado pessoal. Digo isto para deixar claro que não temos nada contra as pessoas que pertencem ao sistema religioso (até porque, a maioria é eleita como nós). O que enfrentamos é o que eles defendem; somos contra as ideias (2ª Coríntios 10:5) que os religiosos endossam. Sempre digo que há muitos líderes da religião que são pessoas do bem, de Deus, mas que estão enganados, assim como eu já estive. Porém, muitos são de fato fraudulentos, homens malditos, filhos da perdição que enganam descaradamente as pessoas a fim de obterem lucros. Já que não há como saber quem são os fraudulentos natos, é necessário que generalizemos, pois mesmo que algum líder do sistema seja uma pessoa de bem, a Palavra que ele defende é uma fraude. Assim, por causa da falsa doutrina, ele se torna um adversário da Verdade de Deus.
Muitos dizem que é impossível calar o sistema religioso devido ao poder financeiro e até mesmo político que este tem. Porém, devemos nos preocupar em emudecer a mentira da religião em cada vida. Isto é: quando calamos o sistema na vida de uma pessoa de cada vez, já estamos cumprindo a ordem apostólica de tapar a boca dos homens fraudulentos. Sigamos, portanto, cumprindo nosso chamado, usando o Evangelho para calar o sistema religioso na vida de cada pessoa que Deus enviar até nós para conhecer a Verdade.