As legítimas motivações para o Culto

Por Cristiano França
(Instagram: cfeleito)

“Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé; tendo o coração purificado da má consciência, e o corpo lavado com água limpa.” (Hebreus 10:22)

Durante muitos anos busquei cultuar a Deus sem me perguntar por que eu ia às reuniões das denominações às quais eu pertenci no sistema religioso. Como eu nasci em berço católico ― e ainda criança fui para a religião evangélica com minha mãe ―, desde cedo fui acostumado a ir aos “cultos” e este processo se tornou uma simples rotina para mim. Quando paro para pensar naqueles tempos, não me recordo de ter em mente um anseio genuíno de cultuar ao Eterno.

Certamente, devido aos ensinos equivocados do sistema religioso, os nossos irmãos que estão submetidos às religiões “cristãs” acabam não tendo em seus corações o desejo genuíno de tributar um culto ao Senhor Jesus Cristo, sequer se preocupam em oferecer um culto racional (a maioria prefere a emoção em detrimento da razão) e se reúnem com diversos outros intentos que não seja exaltar o Pai de nossos espíritos e receber dEle, em contrapartida, o Alimento espiritual que Ele nos provê por meio de Sua Palavra ― o Evangelho da Graça.

As pessoas vão aos “cultos” de suas denominações com diversos motivos no coração, mas, na maioria dos casos, a motivação não tem o desejo de colocar Jesus Cristo no centro de suas vidas, exaltá-lO acima de todas as coisas e receber dEle a genuína revelação de Sua Palavra.

Vejamos a seguir alguns exemplos desses motivos ilegítimos:

1) BUSCAR A PROSPERIDADE FINANCEIRA

Devido aos ensinos da famigerada “teologia da prosperidade” (doutrina maldita que faz o povo de Deus priorizar os bens e conquistas materiais em vez de olhar para o que é espiritual), muitas pessoas têm buscado “cultuar” pensando em alcançar conquistas terrenas através das tais “campanhas” (ou “correntes”). Durante muitos anos eu pertenci a uma dessas denominações “correnteiras” e lembro-me perfeitamente da grande preocupação das pessoas em não perderem as “correntes”, pois, caso contrário, elas “não seriam abençoadas”. É importante frisar que praticamente não havia preocupações com a pregação; esta era apenas um mero detalhe e sempre era, tão somente, uma preparação para as correntes.

2) BUSCAR A SALVAÇÃO ETERNA

Muitos também vão se reunir apenas com o intuito de cumprir um ritual, como se o ato de oferecer um culto a Deus fosse um requisito para garantir a Salvação eterna. Este tipo de pensamento é fomentado através do medo implantado pelos líderes que vociferam a possibilidade de se “perder a Salvação” caso a pessoa seja encontrada em casa quando “Jesus voltar”. Assim, as pessoas não cultuam pensando em receber o conhecimento da Palavra de Deus, mas pelo medo de “não irem para o céu”.

3) ENTRETENIMENTO E SOCIALIZAÇÃO

Uma coisa que vemos muito hoje em dia é a busca incessante das pessoas pelo entretenimento e pela vida social nas congregações. Na verdade, esta não é uma prática atual, pois eu já percebia isto claramente nos tempos em que fui do sistema. Por isso que vemos as denominações investindo cada vez mais em mensagens de altoajuda, shows gospel, festas etc.

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Quando nos reunirmos como Igreja (seja pela Internet, em algum eventual encontro público ou na casa de algum irmão) devemos ter em mente as genuínas motivações, a saber:

A) Oferecer a Deus o nosso Culto Racional

“Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.” (Romanos 12:1)

2) Cumprir o genuíno chamado da Igreja: se reunir numa única forma de pensar, a fim de que exaltemos a Deus acima de tudo em nossos corações e sejamos edificados através do recebimento da revelação da Graça

“Que fareis pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação.” (1ª Coríntios 14:26)

“Completai o meu gozo, para que tenhais o mesmo modo de pensar, tendo o mesmo amor, o mesmo ânimo, pensando a mesma coisa.” (Filipenses 2:2)

3) Manter os nossos pensamentos cativos à obediência a Cristo

“Destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o pensamento à obediência a Cristo.” (2ª Coríntios 10:5)


 

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