A Nova Jerusalém já desceu do Céu

Por Cristiano França
(Instagram: @cfeleito)

“Mas a Jerusalém que é de cima é livre; a qual é mãe de todos nós.” (Gálatas 4:26)

Uma pergunta sempre surge nas mentes dos filhos de Deus recém-convertidos ao Evangelho da Graça quando se deparam com a genuína revelação da Palavra sobre o nosso futuro no Reino de Deus: “Onde será a Nova Jerusalém?”. E a dúvida é pertinente, pois, se viveremos a nossa eternidade com Cristo no Paraíso, como fica a questão da Nova Cidade de Deus, a “Jerusalém que é de cima”? Afinal, se a escatologia bíblica está totalmente consumada (como sabemos que está), onde, então, está localizada a Nova Jerusalém aqui na Terra?

Quando a Palavra da Nova Aliança nos é relevada, a nossa visão, claro, é totalmente renovada e, consequentemente, direcionada a enxergarmos as coisas de Deus de maneira eminentemente espiritual. A religiosidade, porém, faz as pessoas verem exatamente de maneira oposta a este ideal. E a confusão sobre a “localização” da Nova Cidade do Eterno ocorre na mente dos eleitos justamente porque o sistema religioso, baseando-se em um texto do livro do Apocalipse, ensina o povo a ver a Nova Jerusalém de maneira física:

“E levou-me em espírito a um grande e alto monte, e mostrou-me a grande cidade, a santa Jerusalém, que de Deus descia do céu. E tinha a glória de Deus; e a sua luz era semelhante a uma pedra preciosíssima, como a pedra de jaspe, como o cristal resplandecente. E tinha um grande e alto muro com doze portas, e nas portas doze anjos, e nomes escritos sobre elas, que são os nomes das doze tribos dos filhos de Israel. Do lado do levante tinha três portas, do lado do norte, três portas, do lado do sul, três portas, do lado do poente, três portas.” (Apocalipse 21:10-13)

Bem, o primeiro ponto a ser observado neste texto citado acima é que ele relaciona a Nova Jerusalém com as doze tribos de Israel, ou seja, o Israel carnal. Esta relação feita da Jerusalém Celestial com as doze tribos hebreias vem do fato de que este livro fora escrito para os judeus do primeiro século (para alertá-los a respeito do juízo de Deus que viria sobre eles no ano 70dC). Como sabemos, a composição da Nova Jerusalém não leva em conta a carne (ou seja, se é judeu ou gentio na carne), mas, sim, quem é nova criatura (Gálatas 6:15). E o maior problema vem da interpretação dada ao texto pelo sistema tradicional, que entende de forma literal que a Cidade é um espaço geográfico, que tem muros, portas etc.

Como o Evangelho nos revela, a Nova Cidade de Deus não é um espaço físico e não vai se manifestar no futuro, pois ela já é uma realidade. Neste caso, a pergunta que deve ser feita não é “onde será a Nova Jerusalém?”, mas: QUEM É A NOVA JERUSALÉM? E a resposta está na Palavra do Evangelho:

“Mas chegastes ao monte Sião, e à cidade do Deus vivo, à Jerusalém celestial, e aos muitos milhares de anjos; à universal assembleia e IGREJA dos primogênitos, que estão inscritos nos céus, e a Deus, o juiz de todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados.” (Hebreus 12:22-23)

Para glória de Deus, por meio da revelação do Evangelho da Graça entendemos que a Nova Jerusalém já “desceu do céu”, pois nós SOMOS a Nova Cidade de Deus! Somos a Igreja do Eterno e já estamos posicionados estrategicamente no “monte”:

“Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma Cidade edificada sobre um monte.” (Mateus 5:14)

Somos ABENÇOADOS com todas as bênçãos!


 

Uma reflexão sobre a (pouca) difusão da Mensagem da Graça

Por Cristiano França
(Instagram: cfeleito)

Durante muito tempo busquei respostas para esta pergunta: por que a Mensagem da Graça, depois de tanto tempo (nosso Ministério, por exemplo, completou quinze anos de trabalho em 2020), continua ainda tão pouco difundida em relação à mensagem religiosa? Posso estar errado, mas a impressão que tenho é esta. É claro que alguns anos atrás a pregação que evidencia a Nova Aliança era ainda bem menos difundida. Mas, o sentimento que tenho é que a Palavra da Graça continua “encoberta”, ou seja, é algo que ainda não “caiu na boca do povo”. Com toda certeza, a grande maioria das pessoas no mundo — sejam evangélicas, católicas ou de outras crenças — jamais ouviu falar da Doutrina genuína da Graça.

“Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? Como crerão naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: ‘Quão formosos os pés dos que anunciam o Evangelho de paz; dos que trazem alegres novas de boas coisas’.” (Romanos 10:14-15)

É óbvio que esta pouca difusão da Graça tem um motivo (ou vários!). Alguns defendem que o fato de não haver uma unanimidade (uma espécie de concílio das “igrejas em Graça”) é uma dificultação ao avanço da Mensagem. Mais uma vez posso estar errado, mas não consigo concordar com esta tese, porque o movimento evangélico ou protestante está longe de ser unânime em suas doutrinas e isto não impede o crescimento constante deste segmento do cristianismo, apesar de suas diversas “versões”.

Certa vez um irmão entrou em contato comigo e perguntou se o fato de a Graça não avançar mais não seria por causa do que Jesus de Nazaré falou sobre os “poucos escolhidos” (Mateus 22:14). Vou transcrever a seguir uma parte da resposta que mandei a ele:

Eu sempre tomo cuidado com esta passagem bíblica, pois o contexto se refere aos hebreus (Jesus, na verdade, falava deles e não da humanidade toda). De qualquer forma, mesmo que Jesus estivesse falando de toda a humanidade, ainda assim, os “poucos” seriam muito mais do que os que atualmente estão em Graça. A minha questão, na verdade, não é por que as pessoas “recebem pouco” a Graça, mas, sim, por que a Mensagem da Graça, enquanto doutrina, não avança mais; não está mais na mídia; não é mais discutida etc. Por exemplo: a Doutrina da Graça, como a defendemos, que eu saiba, sequer é estudada em faculdades de teologia como uma “opção válida” de doutrina cristã. Não é que as faculdades teológicas tenham algum tipo de importância — para mim não têm mesmo! —, mas isso demonstra que a Graça ainda é muito pouco conhecida, independentemente se Ela é bem recebida ou não pelas pessoas.

Seguem abaixo os três principais motivos que, na minha opinião, são determinantes para a pouca propagação da Palavra da Graça.

1) FALTA DE ZELO COM A CAUSA DO REINO.

Paulo disse aos romanos: “Nunca lhes falte o zelo…” (Romanos 12:11 – Nova Versão Internacional). Não foi à toa que o apóstolo dos gentios falou isto. Infelizmente, quando conhecem a liberdade da Graça, muitos se deixam levar pela carne (Gálatas 5:13) e abandonam o compromisso com a Obra do Reino: não querem envolver-se e comprometer-se com o trabalho reinista, não querem oferecer o culto racional a Deus, raramente buscam o estudo da Palavra, contentando-se apenas com o “básico da Graça”, enfim. O correto seria que, após conhecerem a verdade do Novo Pacto, todos tivessem seu empenho pela causa da Fé multiplicado exponencialmente (ao menos foi o que ocorreu comigo e com muitos outros irmãos que conheço).

2) FALTA DE APOIO.

A genuína Graça apregoa o fim da prática do dízimo, já que este tem relação apenas com o Antigo Pacto e com o povo hebreu. Sendo assim, com o entendimento acerca do fim do dízimo (somado ao esfriamento do zelo citado acima) muitos que antes davam nas igrejas do sistema religioso ― além do dízimo ― ofertas alçadas, carnê do aluguel, envelope do sacrifício, envelope da campanha, entre outros, hoje, mesmo podendo, não contribuem em Graça. Não são todos, obviamente, mas a constatação é triste: a maioria age assim. Com isso, vários projetos ministeriais de evangelização ficam engavetados por falta de recursos e isto, evidentemente, faz com que a Palavra avance menos.

3) VERGONHA DE FALAR DA GRAÇA PARA AS PESSOAS MAIS PRÓXIMAS.

O conhecimento da Graça não nos foi dado para que o guardemos para nós. Porém, muitos não se preocupam ou têm vergonha de falar da Palavra para as pessoas, principalmente as mais próximas. Não falam da Graça para os amigos, familiares, colegas de trabalho, de escola etc. Desta forma, várias pessoas que já poderiam estar em Graça nunca ouviram falar da Palavra Predestinada de Sabedoria.

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Se hoje você está submetido à Palavra da Graça, reveja seus conceitos, caso se encaixe em uma ou mais dessas hipóteses.

“Fiz-me como fraco para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns.” (1ª Coríntios 9:22)