Servir a Deus: uma honra, um privilégio

Por Cristiano França
(Instagram: @cfeleito)

“Paulo, SERVO DE JESUS CRISTO, chamado para ser apóstolo, separado para o Evangelho de Deus.” (Romanos 1:1)

Quando leio o início da epístola aos Romanos consigo enxergar a satisfação de Paulo em se declarar servo de Cristo. E, por mais contraditório que possa parecer, a palavra “servo” neste texto vem do grego “doulos” que significa, literalmente, escravo. Esta aparente contradição vem do próprio espírito do Evangelho da Graça que sempre evoca a liberdade como uma de suas maiores bandeiras. Na carta aos Gálatas, por exemplo, Paulo faz questão de deixar clara a posição da Igreja nesta Nova Aliança:

“Portanto, já não és mais servo 
(“doulos”; escravo), mas filho; e se és filho, és também herdeiro por Deus.” (Gálatas 4:7)

Se não somos mais servos como Paulo afirma, por que o próprio apóstolo se posiciona exatamente como SERVO do Senhor?

É importante entendermos que no contexto da carta escrita para a igreja da Galácia Paulo está buscando orientar os irmãos destinatários da epístola a se afastarem das obras da Lei de Moisés e, consequentemente, do legalismo dos homens desviados da verdade. Se nos atentarmos para este detalhe, poderemos discernir facilmente que quando Paulo diz que não somos mais servos (escravos) é em relação às obras da Lei. Uma vez que já fomos mortos para o Antigo Pacto (Romanos 7:4), não faz sentido ficarmos presos em todas aquelas ordenanças, como muitos hoje em dia, lamentavelmente, ainda estão por pura falta de entendimento (Oséias 4:6).

A palavra “doulos”, além de significar “escravo” em seu sentido literal, também pode expressar, por extensão de sentido, uma “pessoa que se dedica a outra em detrimento de seus próprios interesses” ou, simplesmente, “funcionário”. Entendo que quando se refere a servir a Deus, Paulo está fazendo uma alusão a este sentido da palavra servo.

Muitas pessoas não se dão conta do estupendo privilégio que é o fato de sermos funcionários do Senhor. Depois da Salvação, trabalhar para o Criador é a maior prerrogativa que um eleito pode possuir, pois servi-lO nos traz o Galardão ― que é um adendo muito importante para a nossa eternidade. E o privilégio está no fato de que nem todos os eternamente salvos serão galardoados (1ª Coríntios 3:8-15). Por causa disso, servir a Deus é algo de uma relevância indizível.

A Salvação nos foi dada pela Graça sem a necessidade de obras (Efésios 2:8-9). Quanto a isto, não há discussão. Mas a recompensa individual de cada um será segundo o que fizermos na Obra do Senhor. Por isso, é de suma importância para a nossa vida espiritual que, após obtermos o entendimento do Evangelho, busquemos a nossa posição no Reino de Deus, a fim de O servirmos em espírito e em verdade. É uma pena quando vemos pessoas que, ao receberem a revelação do Evangelho da Graça, confundem-se e desviam-se do objetivo maior do eleito que é ser útil ao Pai dos espíritos.

Como muitos sabem, fui batizado na Igreja Católica Romana, mas praticamente nasci dentro do movimento chamado evangélico, pois, logo após meu batismo católico, minha mãe se converteu a uma denominação pentecostal. E, desde que me entendi como pessoa, passei a me envolver muito com o trabalho nas denominações em que fiz parte; e sempre lutei muito pelas bandeiras que defendia. Para glória de Deus, quando a iluminação da Graça chegou aos meus olhos espirituais, ao invés de descuidar-me de minha posição como obreiro do Reino, minha responsabilidade se multiplicou (e muito!), pois eu entendi a importância de o conhecimento da Graça ser propagado, para que outras vidas fossem libertas, assim como eu fui.

Certamente, o que mais me motiva a colocar a “faca nos dentes” e lutar pelo avanço da Mensagem da Graça é entender a magnitude e a importância do que é servir a Deus. Quando se entende isto de verdade, não há como ser relapso com a Obra que o Altíssimo preparou de antemão para nós (Efésios 2:10).

Melhorar o mundo: a vocação da Igreja atual

Por Cristiano França
(Instagram: @cfeleito)

“Porque noutro tempo éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor; andai como filhos da luz.” (Efésios 5:8)

A mudança para melhor que o mundo precisa, como eu sempre digo, não passa por políticos, governos humanos ou coisas assim. O mundo só vai melhorar de verdade, com grande efusão, a partir do momento em que a Igreja de Cristo passar a cumprir o chamado que o Senhor, ainda nos dias de Sua carne, atribuiu aos Seus eleitos:

Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte.” (Mateus 5:14)

O grande problema que enxergo naqueles que se dizem “servos de Deus” ― na maioria, pelo menos ― é que estes são mais religiosos do que servos de fato. Quando paramos para observar a Igreja que está no mundo já há muitos séculos, só conseguimos avistar pessoas preocupadas em se tornarem prósperas financeiramente, barganharem a Salvação com Deus através de obras e sacrifícios (apesar de a Palavra dizer claramente que ela já nos foi dada e é pela Graça, não pelas obras), mais preocupadas com as cerimônias religiosas do que com o amor ao próximo e com os demais valores cristãos genuínos, enfim.

Para que uma lâmpada possa iluminar ela precisar estar ligada, assim como uma vela precisa estar acesa para trazer luz ao ambiente. Deste modo, para que a Igreja exerça a sua função primordial que é iluminar o mundo ela precisa ter a luz acesa em si mesma. E isto começa, necessariamente, pelos olhos. Vejamos:

“A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz.” (Mateus 6:22)

Quando os olhos estão iluminados, o corpo tem luz. E, se tem luz, está apto a iluminar. O grande problema é que a maioria das pessoas que frequentam as congregações mundo afora não tem a iluminação necessária em seus olhos espirituais, pois não conhecem a Palavra da Graça, que é o único Evangelho para este Novo Pacto e, sendo assim, é a única Palavra que tem o poder de iluminar os olhos dos eleitos, consequentemente fazendo o corpo ter luz para aclarar o mundo.

“Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê em seu conhecimento o espírito de sabedoria e de revelação; tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação, e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos.” (Efésios 1:17-18)

No versículo citado no início vemos Paulo dizer que somos filhos da luz. E, escrevendo aos Tessalonicenses, ele foi além e disse que somos filhos do Dia:

“Porque todos vós sois filhos da luz e filhos do dia; nós não somos da noite nem das trevas.” (1ª Tessalonicenses 5:5)

Na cruz foi inaugurado o Sétimo Dia ― usado pelo próprio Deus, profeticamente, como o Dia do Seu descanso (Gênesis 2:2). Este Dia “amanheceu” na segunda vinda de Jesus, no ano 70. Nós que nascemos com o Dia já amanhecido somos, portanto, filhos da luz, filhos do Dia Claro, e temos a obrigação de fazer com que a luz do Sol deste Dia Eterno esteja constantemente iluminando a Criação e, consequentemente, iluminando todo o contexto que nos cerca.

Quando vivemos a Palavra da Graça, espalhamos o seu conhecimento e fazemos o bem em nosso dia a dia, estamos iluminando e melhorando o mundo. Isto, como disse Paulo, é bom e proveitoso para toda a sociedade:

“…os que creem em Deus procurem aplicar-se às boas obras; estas coisas são boas e proveitosas aos homens.” (Tito 3:8)

 

O Céu e a Terra passaram

Por Cristiano França
(Instagram: @cfeleito)

“O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar.” (Mateus 24:35)

A espantosa maioria das pessoas que se rotulam como cristãs desconhece que os acontecimentos profetizados por Jesus de Nazaré ― que estão registrados, por exemplo, no capítulo vinte e quatro do livro histórico de Mateus ― já se consumaram. Devido à má interpretação que o sistema religioso faz das profecias de Jesus direcionadas aos judeus de Sua época (e não à Igreja no futuro), muitos hoje em dia ainda estão, erroneamente, à espera do cumprimento de Suas predições.

O verbo “passar” em Mateus 24:35 vem do grego “parerkomai” (παρέρχομαι) e significa algo como: “pessoas que se deslocam para frente”“ato de continuar” (principalmente em relação à passagem do tempo), “passar por” etc. A maioria interpreta o “passar” como “ser destruído”. Mas, à luz do Evangelho, o entendimento de que o céu e a terra serão aniquilados não faz o menor sentido:

“Uma geração vai, e outra geração vem; mas a terra permanece para sempre.” (Eclesiastes 1:4)

Deste modo, a interpretação perfeita do que Jesus disse a respeito do céu e da terra é que eles continuariam ao longo do tempo. Cristo assegurou que o céu e a terra iriam seguir, isto é, passar de daquela geração e seguir eternamente para as demais gerações futuras, mas as Suas palavras proféticas iriam se cumprir no tempo determinado. E se cumpriram de fato. 

Na cruz, Jesus cumpriu tudo aquilo que a Lei exigia e ressuscitou para que fôssemos justificados:

“O qual por nossos pecados foi entregue, e ressuscitou para nossa justificação.” (Romanos 4:25)

Após a ressurreição de Cristo ainda faltava se cumprir o “terceiro ato” da Salvação, a saber, a Sua vinda triunfante em Seu Reino. Sendo assim, havia de se cumprir o que costumo chamar de Período de Transição entre a Lei e o estabelecimento definitivo da Graça, pois as profecias de Jesus de Nazaré tinham uma época certa para se realizarem ― o ano 70 depois de Cristo ― e até que este tempo chegasse a Lei ainda era venerada e cumprida plenamente no Templo da religião judaica. Com o cumprimento de tudo que Jesus previu, chegou para o mundo o tempo da reforma de todas coisas:

“Que é uma parábola para o tempo presente, conforme a qual se oferecem tanto dons como sacrifícios que, quanto à consciência, não podem aperfeiçoar aquele que presta o culto; sendo somente, no tocante a comidas, e bebidas, e várias abluções, umas ordenanças da carne, impostas até o tempo de reforma.” (Hebreus 9:9-10)

Com a destruição da Cidade de Jerusalém e a queda do Templo no ano 70, a Lei teve o seu fim definitivo e a reforma se concluiu. E como Jesus havia dito, o céu e a terra passaram por este período, alcançando a plenitude da Graça, onde a Criação finalmente pôde ser liberta do cativeiro da corrupção, como Paulo havia profetizado:

“Porquanto a Criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa daquele que a sujeitou, na esperança de que também a própria Criação há de ser liberta do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus.” (Rom. 8:20-21)

A redenção da Criação começou na cruz quando todo o cosmos fora reconciliado por Cristo (2ª Coríntios 5:19) e se concluiu no retorno de Cristo em Juízo sobre Israel no septuagésimo ano da era cristã. Os céus e a terra passaram de uma realidade de escuridão e separação de Deus para estarem mais uma vez unidas ao Seu Criador e livres do cativeiro do Antigo Pacto.

Jesus já renovou todas as coisas! Já vivemos em uma Nova Criação!

“…As coisas velhas já passaram; eis que TUDO SE FEZ NOVO.” (2ª Coríntios 5:17)

TUDO JÁ FOI CONSUMADO! SOMOS ABENÇOADOS!

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