OS OLHOS BONS

Por Cristiano França
(Instagram: @cfeleito)

“A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se OS TEUS OLHOS FOREM BONS, todo o teu corpo TERÁ LUZ.” (Mateus 6:22)

Em certa ocasião eu e minha esposa estávamos conversando a respeito das pessoas que são estudiosas da Bíblia, a leem com frequência, conhecem seus contextos históricos etc., mas não enxergam a Palavra revelada que se encontra nela. No meio da conversa ela me perguntou: “Será que essas pessoas leem REALMENTE a Bíblia? Afinal, como é possível uma pessoa ler os textos do apóstolo Paulo, tão claros em relação à Graça, e não enxergar este Evangelho?”. Ao que respondi: “O problema está nos olhos dessas pessoas: eles não estão iluminados”.

Se notarmos bem o que Jesus disse no versículo inicial deste texto, veremos que Ele relaciona os bons olhos com a luz. Ou seja, ter OLHOS BONS é o mesmo que ter ILUMINAÇÃO NELES. E a única forma de nós termos os nossos olhos iluminados é por meio do Evangelho que o Cristo Glorificado deu a Paulo no Terceiro Céu, pois se trata de uma revelação que não tem relação com doutrinas humanas:

“Porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas por revelação de Jesus Cristo.” (Gálatas 1:12)

Os olhos espirituais que estão cobertos pelo véu do deus deste século (que é Moisés e não um suposto “diabo” espiritual, como alguns afirmam) não conseguem enxergar a Palavra revelada:

“Mas os seus sentidos foram endurecidos (não enxergam); porque até hoje o mesmo véu está por levantar na lição do velho testamento, o qual foi por Cristo abolido; e até hoje, quando é lido Moisés, o véu está posto sobre o coração deles (coração é a mente, o entendimento, os olhos espirituais). Mas, quando se converterem ao Senhor, então o véu se tirará.” (2ª Coríntios 3:14-16)

Muitos, como dissemos no início do texto, leem a Bíblia, a conhecem profundamente em seu sentido histórico, são até líderes, mas não podem enxergar um palmo à frente dos olhos espirituais, pois o véu de Moisés (e da religiosidade em geral) os impede de ver.

De fato, como já foi dito, o Evangelho da Graça de Deus é o único instrumento do Espírito Santo para que haja a GENUÍNA ILUMINAÇÃO dos olhos espirituais das ovelhas do Pai:

“Não cesso de dar graças a Deus por vós, lembrando-me de vós nas minhas orações: para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê em seu conhecimento o espírito de sabedoria e de revelação; tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação, e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos; e qual a sobre-excelente grandeza do seu poder sobre nós, os que cremos, segundo a operação da força do Seu poder.” (Efésios 1:16-19)

Muitos irmãos já vieram até mim intrigados com o fato de as pessoas, em geral, não aderirem ao entendimento da Graça. Muitos já me disseram: “Abençoado, eu mostrei na Bíblia, preto no branco, a pessoa ficou sem argumento, mas não cedeu”. Uma das frases mais chocantes que já ouvi foi a seguinte: “Cristiano, pode estar escrito na Bíblia que eu não aceito”. Ou seja, se os olhos não estiverem bons (iluminados), nem o próprio texto bíblico, por si só, tem a capacidade de fazer alguém receber o entendimento da Graça.

Os que ― como nós ― já estão submetidos ao Evangelho da Graça o percebem como algo bastante óbvio. Por isso nos parece estranho quando alguém diz não crer na Palavra do Novo Pacto. Mas devemos entender que isto ocorre conosco, porque nossos olhos já são bons. Nossos corações já foram iluminados por Obra e Graça do Espírito de Deus em nossas vidas. Então, quando nos depararmos com pessoas que não entendem a Palavra da Graça devemos ter compaixão e buscar transmitir para elas o conhecimento com longanimidade (2ª Timóteo 4:2). E, assim como Paulo fez, interceder por elas, a fim de que o Senhor também as conceda o espírito de sabedoria e de revelação para o pleno conhecimento de Jesus Cristo Ressuscitado.


 

Paulo contra Jesus?

Por Cristiano França
(Instagram: @cfeleito)


“Mas faço-vos saber, irmãos, que o Evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens. Porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo.” (Gálatas 1:11 e 12)

Quem já vive em sua vida a Palavra da Graça sabe que o bom entendimento do Evangelho exige que separemos a mensagem de Paulo de todo o conteúdo restante da Bíblia. Por causa desta visão da Palavra, inclusive, muitas vezes fomos acusados de “adoradores de Paulo”, “anticristos”, entre outras bobagens.

É evidente que não adoramos a Paulo, muito menos somos “anticristos”. O próprio apóstolo dos gentios chama a atenção dos coríntios, pois parte daquela congregação se considerava pertencente a ele:

“…foi Paulo crucificado por vós?…” (1ª Coríntios 1:13)

Nós, diferentemente dos coríntios, temos plena consciência de que não pertencemos a Paulo. Ele não morreu por nós, não aniquilou o pecado, não é nosso “santo protetor” ou outras coisas heréticas semelhantes a estas. Nós sabemos que pertencemos AO OUTRO, isto é, ao Cristo Ressuscitado! E foi o próprio Paulo quem nos deixou este ensinamento:

“Assim também vós, meus irmãos, fostes mortos quanto à lei mediante o corpo de Cristo, para pertencerdes a Outro, a saber, Àquele que ressuscitou dentre os mortos a fim de que frutifiquemos para Deus.” (Romanos 7:4)

Há alguns anos, certo “pastor” disse que nós, por pregarmos a Palavra baseados na mensagem de Paulo, ensinamos a abolir “todos os ensinos de Jesus”. Conheço também outro líder religioso (que outrora disse defender o Evangelho da Graça) que afirmou que não prega mais a mensagem paulina, pois “prefere Jesus a Paulo”. Ambos os pensamentos são absurdos e explicarei o porquê: a primeira afirmação não faz sentido, pois quem nos acompanha sabe que valorizamos os ensinos de Jesus que constam nos livros históricos, desde que estes estejam devidamente em linha com a mensagem do Novo Pacto. Já pregamos diversas vezes sobre os ensinos de Jesus de Nazaré e aprendemos a distinguir as doutrinas do Nazareno que podem ser assimiladas por nós e as que são apenas para os judeus naquele momento — quando ainda estavam debaixo da Lei. Dizer também que não prega a mensagem de Paulo, pois “prefere Jesus de Nazaré” é, na verdade, uma total falta de argumentos para a regressão ministerial às obras da Lei, pois não é Paulo quem anula muitos dos ensinos do Nazareno; na verdade, é o próprio Jesus quem anula os ensinos de Jesus. O raciocínio ficou confuso? Vamos esclarecer.

Não é Paulo quem anula Jesus de Nazaré. É o próprio Jesus (Ressuscitado) quem invalida muitos de Seus ensinos ministrados nos dias de Sua carne. Não podemos nos esquecer de que a revelação que Paulo ministrava foi entregue a ele por Jesus Cristo Ressuscitado (leia novamente o versículo inicial deste texto antes de continuar). Neste caso, os ensinos de Jesus de Nazaré específicos para os judeus que estavam debaixo da Lei se tornaram ultrapassados e, consequentemente, superados por tudo que Jesus mesmo ensinou a Paulo. Em outras palavras, os ensinos sobre a Graça que o apóstolo nos deixou são os ensinos de Jesus, na verdade.

Em suma: não existe esta ideia de “Paulo contra Jesus”. O correto é Jesus Ressuscitado contra Jesus de Nazaré. E nós que vivemos neste período pós-cruz devemos pertencer ao Ressurreto, seguir a Sua revelação (o Evangelho da Graça) e reter apenas o que é bom de tudo que o Nazareno ensinou aos hebreus durante Seu ministério terreno.

SOMOS ABENÇOADOS!

Selados para sempre desde o ventre

Por Cristiano França
(Instagram: @cfeleito)

“No qual também vós, tendo ouvido a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, e tendo nele também crido, FOSTES SELADOS com o Espírito Santo da promessa.” (Efésios 1:13)

Devido à ausência de entendimento da Palavra e por falta de contextualização dos textos e tempos bíblicos, muitas heresias foram criadas ao longo dos séculos de cristianismo. E desde que Deus fez chegar o Evangelho da Graça até minha vida que tenho procurado dar a minha contribuição ao Seu Reino no que se refere à libertação do povo do Senhor das garras da mentira e da cegueira espiritual.

Na época em que eu ainda vivia no meio do lamaçal de mentiras que é o sistema religioso “cristão”, muitas vezes eu me julguei incapaz e inferior por supor que quem falava em “línguas”, pulava, rodopiava, suava e gritava na igreja era “mais santo” ou tinha “mais intimidade com Deus”. Assim, eu e certamente muitos outros irmãos vivíamos numa busca incessante pela “presença do Espírito Santo” em nós, como se O mesmo já não estivesse presente em nossas vidas desde o ventre de nossas mães.

Uma das maiores heresias já criadas é a maldição chamada de “pentecostalismo”. O sistema pentecostal foi o responsável por inserir na mente do povo a ideia de que Deus ainda não cumpriu Sua promessa de derramar Seu Espírito sobre toda a carne (isto é, sobre todas as etnias). Nós, ao contrário, temos A CERTEZA de que Deus não falhou em Sua promessa e que Ele, nesta Nova Aliança, já outorgou seu Espírito a todo Seu povo escolhido (Romanos 5:5).

Sabemos que, obviamente, o Espírito Santo não habitava em ninguém na Antiga Aliança devido à presença do pecado no mundo. O Espírito do Senhor vinha, muitas vezes sobre Seus profetas e juízes (Números 24:2; Juízes 3:10) apenas para cumprir um propósito específico e depois retirava-Se. Então, Deus prometeu:

“Acontecerá depois que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne…” (Joel 2:28).

Este “depois” se referia à Nova Aliança que já foi inaugurada. Ou seja, a promessa de Deus JÁ É UMA REALIDADE, pois estamos no Novo Pacto, o pacto dos bens já realizados:

“Mas Cristo, tendo vindo como sumo sacerdote dos bens já realizados…” (Hebreus 9:11 ― versão Almeida Revisada Imprensa Bíblica)

“Quando Cristo veio como sumo sacerdote dos benefícios agora presentes…” (Hebreus 9:11 ― versão Nova Versão Internacional)

Ora, a presença do Espírito Santo em nós faz parte desses bens já realizados! Por isso, nós temos certeza absoluta de que todas os eleitos do Senhor que nasceram nesta Nova AliançaJÁ NASCERAM SELADOS COM O ESPÍRITO DA PROMESSA, pois já se formaram no ventre materno com o Novo Pacto estabelecido. Logo, esta doutrina ensinada pelos “pentecostais” e “neopentecostais” (e até por alguns segmentos mais tradicionais), dando conta de que os filhos de Deus ainda têm que “buscar o Espírito Santo”, é uma das maiores e mais destruidoras fraudes que surgiram no cristianismo moderno.

Antes, porém, de encerrar o texto é importante explicar algo. Ao lermos o versículo de abertura deste texto, aparentemente encontramos algo que contraria o que dissemos até agora. Isto porque, em Efésios 1:13, Paulo diz que a Igreja precisou OUVIR o Evangelho para ser selada. Ora, se é preciso ouvir a Palavra para recebermos o Espírito, como nós já nascemos selados? Na História também encontramos aparentes contradições à presença do Espírito Santo em nós desde o ventre materno. Em Atos dos Apóstolos nós vemos Paulo impondo as mãos sobre algumas pessoas para que o Espírito Santo habitasse nelas (Atos 19:6). É aqui que muitos se confundem e criam doutrinas estranhas à Revelação da Palavra. Para entendermos isto é importante compreendermos que a experiência da Igreja primitiva é totalmente diferente da Igreja atual. Como já vimos, o Espírito Santo antes da cruz não habitava em ninguém, porque Cristo ainda não havia aniquilado o pecado (Hebreus 9:26). E se observarmos bem, o povo da Igreja primitiva (que aparece em Atos e nas epístolas) era composto de pessoas que tinham nascido AINDA NO PERÍODO ANTERIOR À CRUZ, onde a Lei ainda não tinha sido abolida (cumprida por Cristo) e as Promessas ainda não tinham sido liberadas. Então, a principal diferença entre nós (Igreja atual) e o povo da época de Paulo é que nós já nascemos com a Nova Aliança estabelecida e eles NÃO. Como a Igreja primitiva viveu este período de transição da Lei para a Graça, eles precisaram ouvir o Evangelho para serem selados, pois tinham nascido ainda sem que o derramamento do Espírito tivesse se concretizado.

Deus começou a cumprir Sua promessa do derramamento do Espírito Santo logo após a cruz, onde os judeus O receberam no Dia de Pentecostes e os gentios pouco tempo depois. Hoje, porém, a promessa já é uma realidade. Nós não temos mais que buscar ou lutar para termos o Espírito Santo, pois desde o ventre materno Ele está em nós. E este selo que temos desde o ventre materno nos garante a nossa eternidade, pois os eleitos de Deus foram selados para o Dia da Redenção ― que para nós (Igreja atual) se dará quando deixarmos nossos corpos atuais para recebermos o corpo glorificado e redimido que nos foi prometido:

“E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual fostes selados para o Dia da Redenção.” (Efésios 4:30)

“Que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o Seu corpo glorioso…” (Filipenses 3:21)

SOMOS ABENÇOADOS!

Por que devemos deixar as obras da Lei?

Por Cristiano França
(Instagram: cfeleito)


“Todos aqueles, pois, que são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las.” (Gálatas 3:10)

A resposta para a pergunta do tema parece óbvia, principalmente quando lemos este versículo utilizado no início do texto. Nele, Paulo deixa claro: quem está envolvido com as obras da Lei, seja um só requisito dela, está debaixo de maldição.

Apesar da obviedade da resposta, muitos acham “normal” manter certas práticas oriundas da Lei em suas vidas. Há alguns anos recebi um contato via e-mail de um pastor que dizia “pregar a Graça”. Em sua mensagem ele disse que apesar de conhecer a Graça ― e até defender alguns pontos em suas ministrações ― “não via problemas” em fazer uma “Santa Ceia” na sua congregação. Ele disse também que apesar de o batismo nas águas ter sido superado na cruz (note que ele conhecia a verdade), ele “não via problemas” em “batizar” uma pessoa que lhe pedisse para ser submetida às águas. Enfim, este pastor é mais um dos muitos que dizem pregar a Graça, mas fazem diversas concessões legalistas a fim de agradar às pessoas. A Palavra é muito clara sobre isto:

“Porque, persuado eu agora a homens ou a Deus? Ou procuro agradar a homens? Se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo.” (Gálatas 1:10)

Neste caso, concluo que tais líderes que querem agradar a “gregos e troianos” não são verdadeiramente servos de Cristo, mas, sim, servos de homens.

Ainda sobre este pastor citado, ele disse que podemos estar em Graça e ainda assim praticarmos as cerimônias, pois isto não impedia de vivermos plenamente o Novo Pacto. Ele, inclusive, me acusou de ser um “legalista da Graça”, pois, segundo suas palavras, eu “proibia” as pessoas de praticarem as cerimônias.

É evidente que não vivemos em proibições. Sendo assim, o fato de não praticarmos nenhuma cerimônia da Lei (e nenhuma das práticas religiosas atuais que são inspiradas em seus conceitos) não é questão de “legalismo” nosso, mas, sim, de revelação. Ou seja: uma vez que nossos olhos foram iluminados, o fim da prática do cerimonialismo é apenas uma consequência deste nosso conhecimento.

Devemos abandonar as obras da Lei (e as práticas baseadas ou derivadas dela), porque se praticarmos um requisito sequer, estaremos obrigados a viver em todos:

“E de novo protesto a todo o homem, que se deixa circuncidar, que está obrigado a guardar toda a lei.” (Gálatas 5:3)

A maldição da Lei pode não refletir — de forma aparente — na vida cotidiana das pessoas no mundo hoje, mas certamente afetará a nossa vida futura. Podemos inferir isto, pois a maldição das obras da Lei certamente afetará o Galardão no porvir. Afinal, a Salvação eterna é pela Graça, sem obras, e já nos foi dada; mas a recompensa que os eleitos receberão de Deus virá das práticas que realizarem nesta vida (2ª Coríntios 5:10). Desta maneira, quem possui obras sem valor (de “madeira, feno e palha.” — 1ª Coríntios 3:12 ao 15) sofrerá prejuízo, pois terá seus supostos méritos consumidos pelo “fogo” do Juízo de Deus; por outro lado, quem tem obras valorosas (de “ouro, prata e pedras preciosas”, isto é, fundamentadas no genuíno Evangelho) “…esse receberá galardão.” (1ª Coríntios 3:14).

SOMOS ABENÇOADOS!