Indícios bíblicos de que o livre-arbítrio é uma mentira

Por Cristiano França
(Instagram: cfeleito)

Inicio com uma pergunta muito simples: você pôde escolher ser filho de seus pais? Obviamente, não. Sendo assim, por que a religião insiste em afirmar que a escolha de sermos ou não filhos de Deus (e consequentemente sermos ou não salvos sempre salvos) se dá por nosso próprio desígnio, através de um suposto “livre-arbítrio”?

A palavra “livre-arbítrio” não é encontrada na Bíblia, muito menos o seu conceito. O que podemos ver nos textos bíblicos é que o ser humano tem o que eu, particularmente, chamo de “arbítrio relativo”, isto é, nós temos certo arbítrio para as escolhas pontuais desta vida terrena, ou seja, escolhemos as sementes que plantamos e colhemos aqui (Gálatas 6:7), mas este arbítrio terreno não é livre, pois estamos condicionados à vontade da carne (Romanos 7:19). Deste modo, se nem o arbítrio para as escolhas da vida terrena é totalmente livre, muito menos teríamos o poder de escolher a nossa paternidade e posição espiritual.

Seguem abaixo algumas evidências bíblicas que provam que o famigerado “livre-arbítrio” para escolher ser filho de Deus e o tal “aceitar a Jesus” são mitos, tradições humanas, altivez e um insulto à Soberania do Eterno.

1) Lucas 10:22

“Ninguém sabe quem é o Filho… Senão aquele a quem o Filho quiser revelar
.

2) João 5:21

“Assim também o Filho vivifica a quem Ele quer
.

3) João 6:44

“Ninguém pode vir a Mim se o Pai que me enviou não o trouxer
.

4) João 6:65

“Ninguém poderá vir a Mim, se pelo Pai não lhe for concedido
.

5) João 15:16

“Não fostes vós que Me escolhestes; pelo contrário, Eu vos escolhi a vós“.

6) Atos 13:48

“E creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna”.

7) Atos 16:14

“Lídia estava ouvindo e Deus lhe abriu o coração para crer”
.

8) Romanos 3:10-11

“Não há um justo, (…) não há quem entenda, não há quem busque a Deus
.

9) Romanos 8:7

“Por isso a vontade da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito a lei de Deus, nem mesmo pode estar”
.

10) Romanos 8:29

“Aos que de antemão conheceu, também os predestinou…”

11) Romanos 9:11

“Não eram os gêmeos nascidos nem tinham praticado o bem ou o mal para que o propósito de Deus, quanto à eleição, prevalecesse; não por obras, mas por aquele que chama”
.

12) Romanos 9:16

“Isto
(a eleição) não depende de quem quer ou de quem corre, mas de Deus que usa de misericórdia”.

13) Romanos 10:20

“Fui achado pelos que não Me procuravam, revelei-Me aos que não perguntavam por Mim“.

Em suma: a doutrina que afirma a existência do “livre-arbítrio” não tem qualquer fundamento bíblico, ao contrário da Soberania de Deus sobre a Sua criação que é uma ideia totalmente clara e embasada.

O Eterno já nos abençoou!


 

A Porta estreita da Graça

Por Cristiano França
(Instagram: cfeleito)

“Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; e porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem.” (Mateus 7:13-14)

Os versículos acima retratam com maestria e precisão o que ocorre no mundo atualmente em relação à Mensagem da Graça de Deus. De fato, não precisamos nos esforçar muito para observar o quão larga é a porta e o quão espaçoso é o caminho do sistema religioso. Afinal, a quantidade escandalosa de pessoas que estão enveredadas pelas mentiras religiosas não deixa qualquer dúvida sobre isto.

Estima-se que hoje em dia há cerca de 2,18 bilhões (sim, bilhões!) de pessoas no mundo que se declaram cristãs. Isto é quase um terço da população mundial! E se colocarmos nesta equação as pessoas adeptas de outros segmentos religiosos, esta realidade ganha contornos ainda mais dramáticos.

Levando-se em conta apenas as pessoas que se dizem “cristãs”, pergunto: quantas destas estão realmente submetidas à Doutrina da Graça de Deus? Pois é… Confesso que quando pensei nisto pela primeira vez eu me senti bastante constrangido e meu coração se entristeceu muito ao constatar o óbvio: pouquíssimos são os que têm este inefável privilégio. Curiosamente eu não me percebi feliz por ser um desses agraciados; na verdade, senti-me triste por saber que a esmagadora maioria das pessoas não pode usufruir de tamanho descanso que só as águas tranquilas da Graça podem oferecer.

Como já disse no início, a passagem citada na abertura do texto, apesar de ser outro contexto, fala muito do que ocorre em nossos dias. Não há dúvidas de que o caminho que conduz à Verdade da Graça é bastante estreito e um dos principais motivos desta triste realidade são exatamente os muitos anos de mentiras que o cristianismo impôs no entendimento do povo. Certa vez, Joseph Goebbels, ministro da detestável propaganda nazista, disse algo que eu considero incontestável:

“Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade.”

Acredito que não exista frase mais apropriada para nos referirmos a tudo que o sistema religioso vem pregando ao longo desses séculos. As mentiras do cristianismo vêm sendo ditas há tantos anos, tantas vezes, que se tornaram “verdades” no mundo. Por isso que, quando falamos do genuíno Evangelho da Graça para as pessoas que se rotulam como cristãs, na maioria dos casos, elas o rejeitam, acham que se trata de uma falsa doutrina etc. Isto ocorre devido ao espírito subversivo da Mensagem que Jesus Ressuscitado deu a Paulo no Terceiro Céu em relação a quase tudo que é pregado no meio “cristão”, seja este Católico ou protestante/evangélico de maneira geral.

Apesar de tudo que disse até aqui no texto, acredito que podemos nos carregar de otimismo em relação à disseminação da Palavra da Graça no mundo. Minha visão otimista sobre a evangelização das pessoas com a Mensagem genuína de Cristo vem de algo que eu pensei logo após sentir-me triste ao deparar-me com a doída verdade de que a grandiosa maioria das pessoas não está debaixo da Mensagem da Graça: “Sim, o Caminho e a Porta da Palavra da Graça são estreitos, mas nem tanto assim.”

O que eu quero dizer é que, para mim, há muitos no mundo que querem a verdade do Evangelho, mas ainda não sabem disso, pois nunca ouviram falar da Mensagem da Incircuncisão defendida pelo apóstolo dos gentios. Neste caso, acredito que, mesmo com tanta rejeição ao Evangelho genuíno, não podemos desanimar, uma vez que certamente há incontáveis pessoas que, cansadas do jugo pesado do sistema religioso, estão à espera de alguém que lhes fale da Palavra que libertará definitivamente seus corações.

Em suma: nunca perca uma oportunidade de falar da Palavra da Graça. Afinal, “como ouvirão, se não há quem pregue?” (Romanos 10:14).

Admoestar é um ato de amor

Por Cristiano França
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“Eu próprio, meus irmãos, certo estou, a respeito de vós, que vós mesmos estais cheios de bondade, cheios de todo o conhecimento, aptos para admoestar-vos uns aos outros.” (Romanos 15:14)

Admoestar é avisar alguém da incorreção de seu modo de agir e pensar; é censurar para abrir os olhos do próximo para os erros que porventura possa estar cometendo. Enfim, é repreender a fim de corrigir as veredas daqueles com quem nos importamos. Portanto, admoestar é uma demonstração de amor. Não é por acaso que uma das principais funções dos pais é admoestar os filhos para que possam trilhar os melhores caminhos possíveis na vida e seguirem assim até a idade adulta:


“Instrui o menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele.” (Provérbios 22:6)

Biblicamente, admoestar é advertir de maneira branda; é aconselhar com espírito de mansidão:

“Irmãos, se um homem chegar a ser surpreendido em algum delito, vós que sois espirituais corrigi o tal com espírito de mansidão; e olha por ti mesmo, para que também tu não sejas tentado.” (Gálatas 6:1)

A congregação dos romanos, como podemos ver no versículo citado no início do texto, cumpria os requisitos necessários para realizar este que é um dos mais importantes chamados para os eleitos de Deus e um dos principais motivos da existência da Igreja: o cuidado que os irmãos devem ter uns para com os outros. O primeiro aspecto que Paulo ressalta é que os romanos estavam cheios de bondade. Não existe a menor possibilidade de um irmão ter o anseio de cuidar do próximo se ele não estiver cheio de benevolência em seu coração. A bondade é fruto da presença do Espírito Santo em nossas vidas e é fundamental que esteja “ativada” em nossas almas a fim de que possamos ter a empatia necessária para oferecermos o cuidado àqueles que precisam:

“Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade (…) Porque o fruto do Espírito está em toda a bondade, e justiça e verdade.” (Gálatas 5:22; Efésios 5:9)

O segundo aspecto, não menos importante, que Paulo afirma sobre as qualidades da congregação de Roma é que eles estavam cheios de todo o conhecimento. Este, evidentemente, é um fator importantíssimo para que possamos admoestar nossos irmãos, pois a repreensão que a Palavra nos incentiva a fazer deve estar totalmente apoiada no conhecimento do Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo. Não podemos admoestar o próximo apoiados em achismos ou em opiniões pessoais sem fundamento bíblico. Afinal, existem coisas que alguém pode achar que são “erradas” sem que haja qualquer comprovação bíblica de que sejam realmente censuráveis. Assim, é fundamental que conheçamos as diretrizes da Palavra para as nossas vidas de modo que não venhamos a censurar um irmão por algo que seja apenas um preconceito pessoal de nossa parte.

Algo importante que devemos ter em mente é que não podemos deixar de admoestar nossos irmãos por acharmos que esta seja uma atitude inadequada. Muitas vezes vemos o próximo em um caminho antibíblico e pensamos: “Não vou me meter na vida dos outros” ou “Não devo falar nada para o irmão não se aborrecer comigo”. Como disse no início, admoestar é uma atitude de amor, pois demonstra que você quer ver o seu irmão em bons caminhos e colhendo boas coisas. A inadequação não está no ato de repreender, mas pode estar na forma como fazemos o alerta ao irmão. Por isso é importante sempre sermos brandos e aconselharmos o próximo com mansidão.

Para finalizar, quero dizer que se você for alvo da admoestação de algum abençoado, saiba que seu irmão está te amando e está querendo o seu melhor. Certamente, se alguém está te repreendendo com amor e dentro da Palavra, é o próprio Deus que o está usando para abrir seus olhos e isto significa que o Eterno também te ama — e muito! (Hebreus 12:5-6).

É possível ser um salvo mesmo sem crer?

Por Cristiano França
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“Porque pela Graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie.” (Efésios 2:8-9)

O texto bíblico acima é muito claro: a nossa Salvação é pela Graça, sem qualquer participação de nossos méritos (obras), e ela ocorre por meio da fé. Neste caso, como compatibilizar esta afirmação com a reconciliação ocorrida na cruz, onde fomos salvos muito antes mesmo de nascer e, claro, de crer? Para respondermos a esta pergunta vamos compreender este mistério:

“Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens os seus pecados; e pôs em nós a Palavra da Reconciliação.” (2ª Coríntios 5:19)

“Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos* os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a Graça sobre todos* os homens para justificação de vida.” (Romanos 5:18)

Na Sua morte o Senhor Jesus reconciliou todos os Seus incontáveis eleitos, harmonizou-Se novamente com Sua Criação e trouxe a Graça sobre todos os Seus. Sendo assim, da mesma forma que ninguém precisou de qualquer coisa para receber automaticamente os resultados do que Adão fez (maldição, pecado, condenação etc.), nós — os muitos eleitos — não precisamos de coisa alguma, nem fazer o que quer que seja, para que as consequências da Obra de Cristo nos cobrissem.

O fato de todos os escolhidos desde antes da fundação do mundo terem sido reconciliados por Cristo nos garante que todos os filhos de Deus neste Novo Pacto, independentemente da religião que participam, se creem ou não, enfim, independentemente de quaisquer circunstâncias, já nasceram salvos sempre salvos. É claro que para um religioso, que acredita que precisa “lutar para ser salvo”, “aceitar a Jesus” e tantas outras heresias, isto soa quase como uma afronta. Mas, não importa o sentimento religioso; o fato é que estas verdades não podem ser mudadas. Contudo, a Bíblia fala que a Salvação é por meio da fé. Sendo assim, parece que estamos em um beco sem saída. Afinal, se é por intermédio da fé, como alguém que ainda não crê no Evangelho pode ser um salvo?

O primeiro ponto que necessitamos entender é que todo filho possui o dom da fé; ou seja: todo eleito de Deus, mesmo que ainda não creia, tem a capacidade de crer em seu interior.

“Porque pela graça que me é dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um.” (Romanos 12:3)

Alguns podem interpretar que este “cada um” se refere a quem já creu. Mas, não tem lógica pensar que o dom da fé vem depois do crer. É como dizer que alguém tem a capacidade de enxergar sem ter recebido antes os olhos…

Se levarmos em conta todo o contexto bíblico, veremos que neste texto Paulo se refere, sim, a todos os eleitos — mesmo os que ainda não creem — pois, para uma pessoa crer, ela precisa, necessariamente, ter antes a capacidade para isto. Em outras palavras, só consegue crer quem recebeu, de antemão, a medida da fé (Atos 13:48). Veja este exemplo:

“Mas vós não credes porque não sois das minhas ovelhas, como já vo-lo tenho dito. As minhas ovelhas ouvem a minha voz…” (João 10:26 e 27)

Jesus disse aqui, em outras palavras, o seguinte: “Só tem condições de crer e me ouvir quem é ovelha. Os que não são ovelhas não podem crer”. Ou seja: para crer é preciso que haja antes a capacidade inata que vem de Deus (e que só os filhos têm), a saber, o dom da fé.

Em segundo lugar, é importante entendermos que a Salvação se manifesta de formas diferentes nos elementos do homem (espírito, corpo e alma). No espírito, todo eleito já está salvo eternamente, pois todos nós já estamos convergidos em Cristo (Efésios 1:10); no corpo, todos seremos transformados quando deixarmos esta vida terrena e teremos o corpo glorificado prometido; assim, a manifestação da Salvação que necessita da fé ativada pela Palavra (Romanos 10:17) é a que acomete a nossa mente (alma), no aspecto do conhecimento, nesta atual dispensação terrena.

Em suma: quando uma pessoa ouve o Evangelho genuíno, crê e confessa Jesus Ressuscitado ela passa a ter a sua mente salva (o entendimento) e se torna apta para servir em espírito e em verdade e angariar o seu Galardão. Porém, antes mesmo de crer ela já era salva eternamente pela morte de Cristo. Isto se chama Graça.

(* “Todos” em Romanos 5:18 se refere às etnias — ou seja, judeus e gentios).

A Graça de Deus subverte os conceitos humanos

Por Cristiano França
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“Mas se é pela Graça, já não é pelas obras; de outra maneira, a Graça já não é Graça.” (Romanos 11:6)

Quando olhamos a vida do ponto de vista humano vemos que para se conquistar algo neste mundo é preciso, muitas vezes, salvo raríssimas exceções, o desprendimento de um esforço muito grande. E um dos grandes males que a religião imputa na vida dos eleitos de Deus é o fato de os fazerem enxergar as coisas do Eterno sempre sob esta perspectiva humana. Por isso Paulo alertou os colossenses sobre os religiosos de sua época acerca de seus ensinos e suas ordenanças vazias oriundas de uma compreensão absolutamente carnal das coisas do Altíssimo:

“Ninguém vos domine a seu bel-prazer com pretexto de humildade e culto dos anjos, envolvendo-se em coisas que não viu; estando debalde inchado na sua carnal compreensão.” (Colossenses 2:18)

O caráter subversivo da Graça de Deus em relação às convicções humanas está justamente no fato de que Ela é completamente contrária a qualquer concepção do ser humano a respeito de conquistas e méritos. E é por não entenderem esta maravilhosa subversão que aqueles que estão submetidos à religiosidade, principalmente aos segmentos que se denominam “cristãos”, não enxergam as benesses que nos foram concedidas de maneira gratuita:

“Sendo justificados gratuitamente pela Sua Graça, pela redenção que há em Cristo Jesus.” (Romanos 3:24)

“Mas nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus.” (1ª Coríntios 2:12)

Como podemos entender com a mente natural o fato de um Deus Santo, Perfeito e Maravilhoso Se manifestar neste mundo e Se submeter à condição humana, a fim de sofrer tudo que sofreu por causa de seres imperfeitos e contaminados pelo pecado (antes da cruz)?

“Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.” (Romanos 5:8)

Como podemos conceber que este mesmo Deus Santo, quando esteve manifestado em carne, Se prestou a conviver com pessoas consideradas à margem da sociedade — muitas eram consideradas como lixo — e amá-las, sem fazer qualquer acepção?

“E os fariseus e os escribas murmuravam, dizendo: Este recebe pecadores, e come com eles.” (Lucas 15:2)

Uma vez que quase tudo neste mundo, como dissemos no início, é conquistado com esforço, como entender que a Salvação eterna — algo tão importante e grandioso — nos foi dada sem que nada tenha sido exigido em troca?

Somente por meio da iluminação dos olhos espirituais (Efésios 1:18) — que se manifesta por meio da Palavra da Graça, o genuíno Evangelho do Cristo Ressuscitado — é possível entender o caráter revolucionário da Graça, pois a presença da Palavra Predestinada de Sabedoria em nosso entendimento “ativa” a Mente de Cristo (1ª Coríntios 2:16) e impede, consequentemente, que a mente natural e as possíveis fortalezas religiosas que foram impostas nela ceguem a visão dos filhos de Deus. Por isso, continuamos nossa luta em prol da divulgação massiva da Sã Doutrina de nosso Senhor Jesus Cristo Ressuscitado.

As legítimas motivações para o Culto

Por Cristiano França
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“Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé; tendo o coração purificado da má consciência, e o corpo lavado com água limpa.” (Hebreus 10:22)

Durante muitos anos busquei cultuar a Deus sem me perguntar por que eu ia às reuniões das denominações às quais eu pertenci no sistema religioso. Como eu nasci em berço católico ― e ainda criança fui para a religião evangélica com minha mãe ―, desde cedo fui acostumado a ir aos “cultos” e este processo se tornou uma simples rotina para mim. Quando paro para pensar naqueles tempos, não me recordo de ter em mente um anseio genuíno de cultuar ao Eterno.

Certamente, devido aos ensinos equivocados do sistema religioso, os nossos irmãos que estão submetidos às religiões “cristãs” acabam não tendo em seus corações o desejo genuíno de tributar um culto ao Senhor Jesus Cristo, sequer se preocupam em oferecer um culto racional (a maioria prefere a emoção em detrimento da razão) e se reúnem com diversos outros intentos que não seja exaltar o Pai de nossos espíritos e receber dEle, em contrapartida, o Alimento espiritual que Ele nos provê por meio de Sua Palavra ― o Evangelho da Graça.

As pessoas vão aos “cultos” de suas denominações com diversos motivos no coração, mas, na maioria dos casos, a motivação não tem o desejo de colocar Jesus Cristo no centro de suas vidas, exaltá-lO acima de todas as coisas e receber dEle a genuína revelação de Sua Palavra.

Vejamos a seguir alguns exemplos desses motivos ilegítimos:

1) BUSCAR A PROSPERIDADE FINANCEIRA

Devido aos ensinos da famigerada “teologia da prosperidade” (doutrina maldita que faz o povo de Deus priorizar os bens e conquistas materiais em vez de olhar para o que é espiritual), muitas pessoas têm buscado “cultuar” pensando em alcançar conquistas terrenas através das tais “campanhas” (ou “correntes”). Durante muitos anos eu pertenci a uma dessas denominações “correnteiras” e lembro-me perfeitamente da grande preocupação das pessoas em não perderem as “correntes”, pois, caso contrário, elas “não seriam abençoadas”. É importante frisar que praticamente não havia preocupações com a pregação; esta era apenas um mero detalhe e sempre era, tão somente, uma preparação para as correntes.

2) BUSCAR A SALVAÇÃO ETERNA

Muitos também vão se reunir apenas com o intuito de cumprir um ritual, como se o ato de oferecer um culto a Deus fosse um requisito para garantir a Salvação eterna. Este tipo de pensamento é fomentado através do medo implantado pelos líderes que vociferam a possibilidade de se “perder a Salvação” caso a pessoa seja encontrada em casa quando “Jesus voltar”. Assim, as pessoas não cultuam pensando em receber o conhecimento da Palavra de Deus, mas pelo medo de “não irem para o céu”.

3) ENTRETENIMENTO E SOCIALIZAÇÃO

Uma coisa que vemos muito hoje em dia é a busca incessante das pessoas pelo entretenimento e pela vida social nas congregações. Na verdade, esta não é uma prática atual, pois eu já percebia isto claramente nos tempos em que fui do sistema. Por isso que vemos as denominações investindo cada vez mais em mensagens de altoajuda, shows gospel, festas etc.

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Quando nos reunirmos como Igreja (seja pela Internet, em algum eventual encontro público ou na casa de algum irmão) devemos ter em mente as genuínas motivações, a saber:

A) Oferecer a Deus o nosso Culto Racional

“Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.” (Romanos 12:1)

2) Cumprir o genuíno chamado da Igreja: se reunir numa única forma de pensar, a fim de que exaltemos a Deus acima de tudo em nossos corações e sejamos edificados através do recebimento da revelação da Graça

“Que fareis pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação.” (1ª Coríntios 14:26)

“Completai o meu gozo, para que tenhais o mesmo modo de pensar, tendo o mesmo amor, o mesmo ânimo, pensando a mesma coisa.” (Filipenses 2:2)

3) Manter os nossos pensamentos cativos à obediência a Cristo

“Destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o pensamento à obediência a Cristo.” (2ª Coríntios 10:5)


 

Não assuma a forma do mundo

Por Cristiano França
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“Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos como um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis a este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” (Romanos 12:1-2)

A passagem bíblica que acabamos de ler é sempre evocada pelos líderes religiosos (de todos os segmentos do cristianismo, mas, principalmente, os evangélicos pentecostais e neopentecostais) para alertar os seus seguidores a respeito de práticas absolutamente normais da vida, tais como: ir à praia, frequentar cinemas e teatros, ouvir músicas seculares, consumir bebidas alcoólicas com moderação, frequentar shows e eventos não-evangélicos etc. (ao menos na época em que fui pentecostal todas estas práticas, entre muitas outras, eram terrivelmente condenadas).

Talvez alguém que não tenha passado por tais proibições e imposições religiosas pode se perguntar: “Por que atitudes tão normais eram proibidas e demonizadas?”. A resposta é bem simples: porque eram consideradas “do mundo”. Uma vez que o cristão tem o chamado de “não se conformar ao mundo”, tais práticas eram totalmente abolidas do dia a dia dos adeptos das denominações evangélicas. Mas, será que o apóstolo Paulo estava se referindo a este conceito de mundo que a maioria dos chamados cristãos abomina ardentemente?

A palavra “mundo” em Romanos 12:2 vem do grego “aion” ― que significa, literalmente, período de tempo. Neste texto o apóstolo Paulo faz uma alusão àquele momento em que eles estavam vivendo, ou seja, à ordem estabelecida naquele tempo pelo sistema social e religioso em que a Igreja estava inserida. Se observarmos bem, veremos que boa parte da carta Aos Romanos foi usada pelo apóstolo para tratar, principalmente, acerca do problema da relação da Igreja com a Lei ― Paulo buscava dissuadir aquela congregação a não se envolver com o Antigo Pacto. Vejamos:

“Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei.” (Romanos 3:28)

“Porque não foi pela lei que veio a Abraão, ou à sua descendência, a promessa de que havia de ser herdeiro do mundo, mas pela justiça da fé. Pois, se os que são da lei são herdeiros, logo a fé é vã e a promessa é anulada. Porque a lei opera a ira; mas onde não há lei também não há transgressão.” (Romanos 4:13-15)

“Pois o pecado não terá domínio sobre vós, porquanto não estais debaixo da lei, mas debaixo da Graça.” (Romanos 6:14)

“Assim, (…) também vós estais mortos para a lei pelo corpo de Cristo…” (Romanos 7:4)

Pensando em termos históricos, apesar de Jesus já ter morrido e ressuscitado na época em que Paulo escreveu suas cartas (ou seja, a Lei já estava obsoleta do ponto de vista de sua função), as práticas do Velho Pacto ainda estavam “em vigor” naquele tempo, uma vez que o Templo de Jerusalém ainda estava de pé. Tendo isso em mente, observemos agora que Paulo diz aos Romanos que o caminho para eles não se envolverem com o senso comum daquela época (isto é, com aquele “aion“) era a busca pela renovação da mente. Perceba: quando Paulo falou de renovação ele estava sugerindo que os irmãos da congregação de Roma não se envolvessem com o que era antigo. Sendo assim, tendo em vista o contexto e o principal motivo da carta, fica fácil entender que ele falava das práticas da Lei:

“Dizendo Nova Aliança, envelheceu a primeira.” (Hebreus 8:13)

Naquela sociedade a prática da Lei era muito comum, pois muitos judeus criam em Jesus Cristo, mas permaneciam fiéis às obras da Lei; e com a conivência dos demais apóstolos, é bom que se diga (Atos 21:20). Deste modo, todas as igrejas eram transtornadas pelos judaizantes, que queriam impor as práticas da religião judaica aos membros das congregações. Assim sendo, “conformar-se com o mundo” era, principalmente, o mesmo que aceitar que as obras da Lei fizessem parte da vida da Igreja.

Para encerrar: é evidente que sempre houve no mundo ― e sempre haverá ― obras más que nós, como representantes de Cristo, não devemos nos envolver, pois isto também é assumir a forma do mundo. Não é por acaso que Paulo dá diversos conselhos de boas obras no contexto do capítulo doze da epístola Aos Romanos e ensina, falando abertamente, sobre as verdadeiras práticas más quando cita as obras da carne (Gálatas 5:19-21). No entanto, o conceito de não se conformar ao mundo não é você deixar de praticar as coisas normais da vida, suprimindo a sua liberdade pessoal. Romanos capítulo doze trata, sim, de vivermos uma vida de boas obras, mas aborda, principalmente, a renovação da mente da Igreja em relação ao Antigo Pacto, que, a propósito, é a principal pauta de nosso Ministério ao longo de todos esses anos de trabalho.

Eleitos para agradar ao Pai

Por Cristiano França
(Instagram: cfeleito)

“Finalmente, irmãos, vos rogamos e exortamos no Senhor Jesus, que assim como recebestes de nós, de que maneira convém andar e agradar a Deus, assim andai, para que possais progredir cada vez mais.” (1ª Tessalonicenses 4:1)

Não há dúvidas de que o Pai Eterno abriu o nosso entendimento para o Evangelho da Graça a fim de que pudéssemos aprender a agradá-lO de maneira plena. A Palavra diz o seguinte:

“Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim O adorem.” (João 4:23)

Ou seja, nosso Deus deseja ser adorado de maneira correta e legítima, pois é isto que O agrada. E a única forma de Seus filhos alcançarem esta excelência é por meio do conhecimento da Palavra da Graça, que abre o nosso entendimento para aquilo que o Eterno preordenou para este Novo Pacto.

Como acabamos de ver no texto histórico de João, o Senhor “procura” aqueles que O adorem (sirvam, agradem) em espírito e em verdade. Somente por meio da Mensagem que Cristo Ressuscitado revelou a Paulo ― a quem nós procuramos imitar nos tempos atuais ― é possível servirmos ao Pai através destas duas realidades:

1) EM ESPÍRITO

“Pois Deus, a quem sirvo em meu espírito, no Evangelho de seu Filho, me é testemunha de como incessantemente faço menção de vós.” (Romanos 1:9)

2) EM VERDADE

“Porque a lei foi dada por meio de Moisés; a Graça e a verdade vieram por Jesus Cristo.” (João 1:17)

Em suma: só serve em verdade e em espírito que está submetido à Mensagem da Graça.

O apóstolo Paulo foi categórico quando se referiu à maneira como NÃO agradar ao Altíssimo:

“E os que estão na carne não podem agradar a Deus.” (Romanos 8:8)

Estar “na carne” é viver de acordo com a direção da carne. Isto tem a ver tanto com a prática deliberada de suas obras (Gálatas 5:19-21) quanto viver em obras da Lei, uma vez que esta última se tornou enferma pela natureza humana (Romanos 8:3). Não é por acaso que os que vivem praticando tais obras estão debaixo de maldição (Gálatas 3:10) e separados de Cristo (Gálatas 5:4).

Já vimos o que não agrada a Deus. Vamos ver agora o que O agrada. Além de vivermos em Graça, seguem outros exemplos de como agradá-lO:

A) PREGAR A PALAVRA A TODOS

“Porque isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador, que quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade.” (1ª Timóteo 2:3-4)

B) FALAR DA PALAVRA NÃO BUSCANDO AGRADAR A HOMENS (LÍDERES RELIGIOSOS)

“Mas, como fomos aprovados de Deus para que o evangelho nos fosse confiado, assim falamos, não como para agradar aos homens, mas a Deus, que prova os nossos corações.” (1ª Tessalonicenses 2:4)

“Porque, persuado eu agora a homens ou a Deus? Ou procuro agradar a homens? Se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo.” (Gálatas 1:10)

C) VIVER COM A FÉ “ATIVADA”

“Ora, sem fé é impossível agradar a Deus…” (Hebreus 11:6)

4) DEDICAÇÃO À PRÁTICA DE BOAS OBRAS

“Para que possais andar dignamente diante do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda a boa obra, e crescendo no conhecimento de Deus.” (Colossenses 1:10)

5) LOUVAR AO PAI ETERNO COM CÂNTICOS E ENGRANDECÊ-LO ATRAVÉS DE NOSSA GRATIDÃO

“Louvarei o nome de Deus com cânticos e proclamarei sua grandeza com ações de graças; isto agradará ao Senhor…” (Salmos 69:30-31)

Em tempo: não buscamos agradar ao Altíssimo para obtermos a Salvação. Nós O agradamos por chamado e gratidão, porque já somos salvos.

Precisamos silenciar o sistema religioso

Por Cristiano França
(Instagram: cfeleito)


“Aos quais é preciso tapar a boca; homens que transtornam casas inteiras ensinando o que não convém, por torpe ganância.” (Tito 1:11)

Logo nas primeiras linhas da carta de Paulo a Tito podemos notar claramente a sua preocupação com o avanço dos homens fraudulentos sobre a Igreja de Cristo naquela época. Infelizmente, a realidade enfrentada por Paulo, Tito e os demais defensores do Evangelho da Graça daquele período ainda se faz presente em nossos tempos. E a nossa batalha atual, provavelmente, é ainda maior em termos de volume.

Muitas vezes já fui acusado de “radicalizar demais” contra o sistema. Alguns já me disseram algo como: “Cristiano, nem todos que não pregam a Graça são fraudulentos. É preciso ter mais paciência e pegar mais leve com as outras denominações”. Antes de prosseguir, já deixo claro que este raciocínio conciliador em relação ao sistema deve ser abominado por nós, pois o mesmo é totalmente antibíblico e vou explicar o motivo.

Como imitadores de Paulo que somos (1ª Coríntios 4:16) não podemos “pegar leve” com quem não está em linha com a Verdade da Palavra. Vejamos alguns motivos:

“Acautelai-vos dos cães; acautelai-vos dos maus obreiros; acautelai-vos da circuncisão.” (Filipenses 3:2)

“Pois os tais são falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, disfarçando-se em apóstolos de Cristo.” (2ª Coríntios 11:13)

“Aqueles que pareciam ser alguma coisa (…), nada me acrescentaram (…) Quando Pedro veio a Antioquia, resisti-lhe na cara, porque era repreensível.” (Gálatas 2:6 e 11)

Será que Paulo “pegava leve” com os homens do sistema religioso de sua época? Pelo que pudemos constatar nas passagens bíblicas acima, é evidente que não. E podemos ir mais longe ainda:

Raça de víboras! Como podeis vós falar coisas boas, sendo maus?…” (Mateus 12:34)

“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas por dentro estão cheios de ossos e de toda imundícia.” (Mateus 23:27)

“E Jesus subiu a Jerusalém e achou no templo os que vendiam (…) E tendo feito um açoite de cordéis, expulsou a todos do templo (…) e derribou as mesas; e disse (…) não façais da casa de meu Pai casa de venda.” (João 2:13-16)

Como podemos ver, nem mesmo Jesus “pegou leve” com o sistema de Sua época.

Não quero aqui apregoar o ódio ou uma “guerra santa”. Nem mesmo quero levar para o lado pessoal. Digo isto para deixar claro que não temos nada contra as pessoas que pertencem ao sistema religioso (até porque, a maioria é eleita como nós). O que enfrentamos é o que eles defendem; somos contra as ideias (2ª Coríntios 10:5) que os religiosos endossam. Sempre digo que há muitos líderes da religião que são pessoas do bem, de Deus, mas que estão enganados, assim como eu já estive. Porém, muitos são de fato fraudulentos, homens malditos, filhos da perdição que enganam descaradamente as pessoas a fim de obterem lucros. Já que não há como saber quem são os fraudulentos natos, é necessário que generalizemos, pois mesmo que algum líder do sistema seja uma pessoa de bem, a Palavra que ele defende é uma fraude. Assim, por causa da falsa doutrina, ele se torna um adversário da Verdade de Deus.

Muitos dizem que é impossível calar o sistema religioso devido ao poder financeiro e até mesmo político que este tem. Porém, devemos nos preocupar em emudecer a mentira da religião em cada vida. Isto é: quando calamos o sistema na vida de uma pessoa de cada vez, já estamos cumprindo a ordem apostólica de tapar a boca dos homens fraudulentos. Sigamos, portanto, cumprindo nosso chamado, usando o Evangelho para calar o sistema religioso na vida de cada pessoa que Deus enviar até nós para conhecer a Verdade.

O verdadeiro serviço

Por Cristiano França
(Instagram: cfeleito)

“Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor! De modo que, com a mente, eu próprio sou escravo da lei de Deus, mas, com a carne, da lei do pecado.” (Romanos 7:25 — Nova Versão Internacional)

Durante muitos anos eu achei que servir ao Senhor Jesus era cumprir as diretrizes religiosas das denominações que pertenci. Enquanto fui pentecostal servir a Deus para mim era fazer “consagração” toda semana (isto é, participar de reuniões de oração em vãs repetições e em jejum), usar apenas calças compridas (era proibido o uso de shorts e bermudas), “buscar” o Espírito Santo, não jogar futebol com os amigos da escola, entre outras bobagens e proibições inúteis. Isto não era servir a Deus; era apenas um zelo sem entendimento (Romanos 10:2).

Com quinze anos de idade fui para uma denominação Batista (que pertencia à Convenção mais tradicional no Brasil) e, a partir de então, servir a Deus para mim era cumprir minhas obrigações assumidas (ensaiar no coral da igreja, dar aulas na Escola Bíblica Dominical aos adolescentes, tocar na banda, chegar na hora certa, entre outras atividades). Mais uma vez era um zelo sem qualquer entendimento do que é, de fato, o Evangelho.

Servir a Deus é trabalhar! Mas este trabalho tem total relação com a busca do estabelecimento do Evangelho e da cultura de Seu Reino na Terra; nada tem a ver com funções e práticas religiosas:

“Mas pela Graça de Deus sou o que sou; e a sua Graça para comigo não foi vã, antes trabalhei muito mais do que todos eles; todavia não eu, mas a Graça de Deus que está comigo.” (1ª Coríntios 15:10)

Deste modo, fica evidenciado que servir a Deus está relacionado aos serviços prestados ― com entendimento ― ao Reino de Cristo. E, é bom que se diga, nós servimos a Deus de verdade quando estamos fora dos ambientes eclesiásticos (isto é, fora das quatro paredes de uma denominação religiosa).

No versículo inicial citado neste texto o apóstolo Paulo diz onde deve estar fundamentado o nosso serviço: na mente. No texto em grego a palavra “mente” significa faculdade intelectual, a razão, a compreensão. Por isso, inclusive, que em algumas versões em português aparece “com o entendimento sirvo…”. Isto se dá, porque servir não por intermédio da mente leva as pessoas a serem religiosas, ou seja, a terem zelo sem entendimento, a estarem apenas preocupadas com as práticas ordenadas pelas denominações sem se importarem em saber se elas estão em linha com a verdade do Evangelho.

Ainda debruçados no versículo inicial, podemos observar que Paulo coloca em oposição a mente e a carne. Ou seja: como ele conhecia a verdade do Evangelho (tinha o entendimento), em sua mente ele queria somente realizar as coisas boas, concernentes ao Reino. Na carne, no entanto, ele queria cumprir a “lei do pecado” (isto é, a inclinação habitual que a natureza humana tem para praticar o mal). Concluímos que, por mais que a carne se levante com suas obras, o conhecimento do Evangelho genuíno sempre nos fará lutar contra ela e desejar realizar as obras do Reino.

Quando servimos com o entendimento ativado pelo Evangelho da Graça, estamos sendo guiados pelo Espírito (Romanos 8:14; Gálatas 5:18). Não por acaso, Paulo afirmou servir a Deus através de seu espírito:

“Pois Deus, a quem sirvo em meu espírito, no evangelho de seu Filho…” (Romanos 1:9)

Servir a Deus, portanto, não tem nada a ver com o cumprimento de ordenanças de denominações religiosas, mas é ter o entendimento do genuíno Evangelho ativado em nossa mente, a fim de oferecermos o melhor serviço à sociedade (Tito 3:8), em linha com a verdade de Cristo: amar, ser honesto, fazer o bem, ajudar o próximo, enfim, trazer o Reino de Deus à tona através de nosso viver.